Suspeita de infecção pelo vírus Marburg isola estação de trem na Alemanha; testes deram negativo
03/10/2024
Estudante de medicina de 26 anos havia acabado de chegar de Ruanda, na África, onde um surto da doença de Marburg já matou 11 pessoas. Mesmo após exame, ele está internado em observação em hospital de Hamburgo. Profissional de saúde usando equipamento de proteção completo para atender paciente portador do vírus Marburg
AP Photo/Ben Curtis, File
A principal estação de trem de Hamburgo, na Alemanha, foi isolada nesta quarta-feira (2) devido à suspeita de que dois passageiros estivessem infectados com um perigoso vírus: o Marburg.
Um estudante de medicina alemão de 26 anos e sua namorada estavam chegando de Ruanda e apresentavam sintomas semelhantes aos da gripe. Como ele estava tratando pacientes com o vírus no país africano, ele decidiu alertar as autoridades.
Os dois foram retirados do trem onde estavam em uma van especial, isolada contra infecções, e com escolta da Polícia Federal.
No Hospital Universitário Eppendorf, referência no tratamento de doenças altamente infecciosas, o casal foi submetido a testes PCR, que deram negativo.
O estudante, no entanto, irá seguir em observação, em uma ala de isolamento do local, por 21 dias, segundo o jornal alemão "Bild", já que teve contato direto com um paciente infectado, mesmo usando equipamento de proteção.
A namorada dele, que não teve contato com nenhum doente, ficará apenas até o fim de semana internada.
Ruanda está enfrentando um surto da doença de Marburg que já matou 11 pessoas. A doença foi detectada no final de setembro , com 36 casos relatados até agora, mostram dados do Ministério da Saúde.
O vírus Marburg causa uma febre hemorrágica viral e os sintomas da doença incluem febre alta, fortes dores de cabeça e mal-estar, que geralmente se desenvolvem dentro de sete dias após a infecção, de acordo com a OMS.
Com uma taxa de mortalidade de até 88%, ele pertence à mesma família de vírus responsável pelo Ebola e é transmitido aos humanos por morcegos frugívoros, antes de se espalhar pelo contato com fluidos corporais dos infectados.
Nesta quinta-feira (3), segundo a agência de notícia Reuters, o ministro da Saúde ruandês anunciou que o país está pronto para iniciar testes clínicos de vacinas e terapias nas próximas semanas.