Shutdown nos EUA: Trump exige que controladores aéreos voltem ao trabalho 'agora'; 7 mil voos foram cancelados desde sexta
10/11/2025
(Foto: Reprodução) Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Samuel Corum/Getty images via APF
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, exigiu nesta segunda-feira (10) que todos os controladores de tráfego aéreo retornem imediatamente ao trabalho e ameaçou punir aqueles que não o fizerem.
"Todos os controladores de tráfego aéreo devem retornar ao trabalho, AGORA!!! Qualquer um que não o fizer terá uma redução substancial no salário", escreveu o presidente em sua plataforma Truth Social.
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Controladores de tráfego aéreo nos EUA pararam de receber salários em outubro por conta da paralisação do governo, que entrou no 41º dia nesta segunda-feira. A classe já trabalha no limite por conta da escassez de pessoal, e com o shutdown muitos têm faltado ao trabalho dizendo que estão doentes —isso deixou o tráfego aéreo no país sujeito a ainda mais no limite.
O presidente americano ainda ameaçou demitir os controladores aéreos que faltem ao trabalho e prometeu um bônus US$ 10 mil (cerca de R$ 53 mil) para cada "grande patriota" que não tiver tirado nenhum dia de folga. Isso seria uma recompensa para o "serviço distinto prestado aos EUA", segundo Trump.
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"Para aqueles que só reclamaram e tiraram folga, mesmo sabendo que seriam pagos INTEGRALMENTE em breve, NÃO ESTOU FELIZ COM VOCÊS (...) Se quiserem deixar o serviço em breve, não hesitem em fazê-lo, sem nenhum pagamento ou indenização de qualquer tipo! Vocês serão rapidamente substituídos por verdadeiros patriotas", afirmou Trump.
As companhias aéreas começaram na sexta-feira a aplicar reduções graduais no fluxo aéreo a pedido da Administração Federal de Aviação (FAA), que ordenou um corte de 4% nos voos desta sexta-feira em 40 grandes aeroportos do país. Esse número deve subir para 10% até 14 de novembro, e pode ir a 20% caso a paralisação se estenda, segundo o secretário de Transportes americano, Sean Duffy.
Desde sexta-feira, um total de 7,2 mil voos domésticos foram cancelados e 28 mil sofreram atrasos, segundo a plataforma de monitoramento FlightAware. Nesta segunda-feira, mais de 1,6 mil voos foram cancelados e mais de 3 mil sofreram atrasos.
O Senado americano aprovou na noite de domingo um pacote orçamentário para financiar o governo federal até o fim de janeiro, o que abriu caminho para o fim do shutdown. No entanto, o texto ainda precisa ser aprovado pela Câmara dos Deputados e sancionado por Trump.
Transporte aéreo irá 'ao mínimo'
Voo da Alaska Airlines decola do Aeroporto Internacional de Los Angeles, em 6 de novembro de 2025.
REUTERS/Mike Blake
Duffy afirmou no domingo que o caos visto nos aeroportos do país "só vai piorar" com o tempo e o transporte aéreo nos EUA será reduzido "ao mínimo" até o Dia de Ação de Graças, no fim do mês, caso o impasse não se resolva. O feriado, que cai em 27 de novembro, é uma das datas mais importantes dos EUA e tem o maior fluxo aéreo no país.
“Só vai piorar. Nas duas semanas antes do Dia de Ação de Graças, vocês verão o transporte aéreo ser reduzido ao mínimo. Há muitas pessoas que querem voltar para casa para o feriado, querem ver suas famílias, querem celebrar este grande feriado americano (...) muitos deles não vão conseguir embarcar em um avião, porque não haverá tantos voos disponíveis se o governo não voltar a funcionar”, disse Duffy em entrevista à rede CNN Internacional.
Veja abaixo quais são os 40 aeroportos dos EUA que estão sofrendo cortes nos voos:
Durante os 40 dias de paralisação, 13 mil controladores e 50 mil agentes de segurança trabalharam sem salário. A ausência crescente tem afetado as operações. Muitos controladores foram avisados na quinta-feira (6) que não receberiam pagamento pela segunda quinzena seguida.
O governo Trump tenta pressionar democratas no Congresso a aprovar o orçamento republicano que permitiria reabrir o governo. A possibilidade de grandes interrupções no setor aéreo faz parte dessa pressão.
Já os democratas dizem que os republicanos são responsáveis pelo impasse por se recusarem a negociar a extensão dos subsídios de saúde.
Duffy disse a jornalistas que pode exigir cortes de até 20% se a situação piorar e mais controladores faltarem ao trabalho. “Eu avalio os dados”, afirmou. “Vamos tomar decisões com base no que vemos no espaço aéreo.”