Príncipe Andrew, envolvido em escândalos sexuais, vai perder título de príncipe e deixar residência oficial
30/10/2025
(Foto: Reprodução) Príncipe Andrew renuncia a títulos reais após escândalos
O Príncipe Andrew vai perder o título de "príncipe" e se mudar de sua residência oficial, anunciou oficialmente o Palácio de Buckingham nesta quinta-feira (30).
A retirada de seus títulos é reflexo do envolvimento do irmão do Rei Charles III em escândalos sexuais e, em particular, de sua associação o empresário americano Jeffrey Epstein.
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"O príncipe Andrew passará a ser conhecido como Andrew Mountbatten-Windsor", diz um comunicado de Buckingham recebido pela BBC.
No último dia 17, o palácio havia informado que Andrew havia concordado em renunciar a seus títulos reais, incluindo ao de Duque de York. Não estava claro, no entanto, se o título de príncipe seria retirado também.
Em um breve comunicado, o próprio irmão do Rei Charles III, que vem tendo o nome envolvido em vários escândalos nos últimos anos, afirma que chegou à decisão após conversar com o monarca e também com a família, mas voltou a alegar inocência.
Em 2019, Andrew já havia renunciou às funções reais após ser alvo de acusações de agressão sexual devido aos laços com Epstein. Em 2022, ele perdeu os títulos militares.
Andrew foi acusado de estupro por Virginia Giuffre, morta em abril, aos 41 anos. Ela foi uma das principais vozes a acusar de Epstein e a ex-parceira dele, Ghislaine Maxwell. Andrew e Giuffre se conheceram por meio de Epstein e tiraram uma foto juntos quando ela tinha 17 anos.
Andrew nega veementemente as acusações de abuso sexual.
Príncipe Andrew em foto de 11 de abril de 2021
Steve Parsons/Pool via AP, Arquivo
As filhas de Andrew, princesas Beatrice e Eugenie, manterão seus títulos, segundo a emissora britânica BBC.
Veja a íntegra do comunicado:
Sua Majestade iniciou hoje um processo formal para a revogação do Estilo, Títulos e Honrarias do Príncipe Andrew.
Seu contrato de arrendamento da Royal Lodge, até o momento, lhe conferiu proteção legal para continuar residindo no local. A notificação formal para a rescisão do contrato foi agora entregue, e ele se mudará para uma residência particular alternativa. Essas medidas são consideradas necessárias, apesar de ele continuar negando as acusações contra ele.
Suas Majestades desejam deixar claro que seus pensamentos e mais profundas condolências estiveram, e continuarão, com as vítimas e sobreviventes de todas as formas de abuso.
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Andrew, de 65 anos, renunciou às funções reais em 2019 devido aos laços com o empresário americano Jeffrey Epstein, que foi acusado de abuso sexual de menores e se suicidou na prisão.
O príncipe também foi alvo de acusações de agressão sexual, mas sempre negou as acusações.
Em fevereiro de 2022, no entanto, chegou a um acordo amigável com uma mulher que o acusou de tê-la agredido sexualmente em 2001. À época, ela tinha 17 anos e fazia parte da rede de tráfico de menores chefiada por Epstein.
Afastado da vida pública, em dezembro do ano passado, Andrew se envolveu em outro escândalo: uma suposta conexão dele com um espião chinês.
Segundo o Ministério do Interior, o suposto espião estava envolvido em "atividades secretas e enganosas" em favor do Partido Comunista da China. Além disso, ele foi considerado uma ameaça à segurança nacional.
O homem, de 50 anos, foi identificado apenas como "H6". A Justiça concluiu que o suposto espião poderia "facilitar relações entre altos funcionários chineses e personalidades britânicas que poderiam ser exploradas" por autoridades de Pequim.
A proximidade de "H6" com o príncipe era tamanha que Andrew chegou a convidá-lo para sua festa de aniversário em 2020, segundo informações reveladas pela Justiça. Além disso, o suposto espião também tinha permissão para agir em nome do príncipe na busca por investidores chineses.
O ex-secretário de Estado de Segurança Tom Tugendhat declarou à BBC que o caso era "extremamente embaraçoso".
"Isso demonstra, receio, a ambição muito clara do Estado chinês de exercer sua influência em países estrangeiros", acrescentou.
Na época, o gabinete do príncipe Andrew afirmou em um comunicado que "seguiu as orientações" do governo e "encerrou qualquer contato" com o indivíduo "assim que surgiram preocupações".
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