Longo alcance e difícil de ser detectado: o que são os mísseis Tomahawk, que a Ucrânia quer usar na guerra contra a Rússia
17/10/2025
(Foto: Reprodução) O que são os mísseis Tomahawk, que a Ucrânia quer usar na guerra contra a Rússia
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, pediu a Donald Trump que os Estados Unidos forneçam mísseis Tomahawk ao país para serem usados na guerra contra a Rússia.
▶️ Mas por que o equipamento é considerado tão importante para as tropas de Kiev?
O míssil de cruzeiro Tomahawk está no arsenal militar dos EUA desde a década de 1980. Embora lento para os padrões de mísseis, ele voa a cerca de 30 metros do solo, o que o torna mais difícil de ser detectado pelos sistemas de defesa.
O míssil também ostenta um alcance impressionante de cerca de 1.600 quilômetros.
Sistemas de orientação de precisão o tornam a arma ideal para atingir alvos em terras distantes ou em território hostil.
Zelensky quer os mísseis porque acredita que eles permitiriam que as forças ucranianas realizassem ataques em alvos mais distantes dentro da Rússia.
Caso um Tomahawk seja lançado de uma área próxima da fronteira entre Ucrânia e Rússia, o míssil conseguiria atingir praticamente qualquer ponto do território russo.
Por outro lado, segundo autoridades de Defesa que falaram sob condição de anonimato à agência de notícias Associated Press, existem questões técnicas que podem impedir o uso desse armamento pela Ucrânia.
Os Estados Unidos lançam os mísseis Tomahawk quase exclusivamente de navios ou submarinos. Embora o Exército venha desenvolvendo uma plataforma para lançá-los do solo, essa função ainda está longe de estar pronta para ser usada, mesmo para as forças americanas.
A Ucrânia não possui uma Marinha com navios capazes de transportar o míssil, que tem 6 metros de comprimento e pesa cerca de 1.510 kg. De acordo com dados do Pentágono, cada unidade do Tomahawk tem têm um custo médio de US$ 1,3 milhão (R$ 7 milhões).
Míssil Tomahawk - infográfico
Arte/g1
À agência de notícias Reuters, o diretor de ciências militares do Royal United Services Institute, disse que o envio dos mísseis dos EUA para a Ucrânia causaria um impacto direto na guerra.
"Os russos certamente teriam algo com que se preocupar se essas armas fossem realmente entregues, devido ao alcance e à precisão delas e ao tipo de alvos que poderiam atingir ou ameaçar.", afirmou
"Um Tomahawk não é uma arma milagrosa. É improvável que seja fornecido em quantidades que transformariam radicalmente a guerra, mas representará um desafio que as defesas aéreas russas precisarão levar em consideração".
No ano passado, a Heritage Foundation, uma organização de pesquisa norte-americana, estimou que a Marinha dos EUA tinha cerca de 4.000 mísseis Tomahawk em 2023.
Essa estimativa é anterior à ação contra os rebeldes Houthis no Iêmen, em março deste ano, quando o governo americano afirmou ter usado 135 mísseis do tipo.
Dados apontam ainda que a Marinha dos EUA não tem encomendado muitos novos mísseis Tomahawk.
Documentos do Pentágono mostram que, em 2023, a Marinha e o Corpo de Fuzileiros Navais compraram apenas 68 deles. Nos anos seguintes, não encomendou nenhum.
Nem os Fuzileiros Navais, nem a Marinha solicitaram a compra de novos mísseis Tomahawk no orçamento mais recente.
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Foguete Tomahawk disparado por navio norte-americano em ataque a alvos na Síria
Lt. j.g. Matthew Daniels/U.S. Navy via AP
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