Hamas e Israel chegam a acordo de cessar-fogo em Gaza e libertação de reféns

  • 15/01/2025
(Foto: Reprodução)
A aprovação foi garantida após intensos debates finalizados nesta quarta-feira (15). Mesmo antes da oficialização, Donald Trump comemorou em rede social. Catar anuncia cessar-fogo na Faixa de Gaza Israel e Hamas chegaram a um acordo de cessar-fogo nesta quarta-feira (15), após dias de intensas negociações. As autoridades do Catar anunciaram o acordo, que entra em vigor no próximo domingo, dia 19. Cerca de 100 reféns israelenses, vivos ou mortos, ainda estão nas mãos do Hamas desde os ataques de 7 de outubro de 2023 pelo grupo palestino no sul de Israel. A represália de Israel já deixou mais de 46 mil mortos em Gaza, de acordo com autoridades de saúde palestinas. O enclave está destruído e enfrenta uma crise humanitária. A maior parte da população foi deslocada. Veja a cronologia da guerra A guerra acabou? Entenda a situação em Gaza O presidente dos EUA, Joe Biden, cuja administração participou nas negociações, comemorou nas redes sociais: "Hoje, depois de muitos meses de diplomacia intensiva pelos Estados Unidos, junto com Egito e Qatar, Israel e Hamas chegaram a um cessar-fogo e acordo de reféns. Minha diplomacia nunca cessou seus esforços para fazer isso." Em seu perfil na rede social Truth Social, às 14h02 do horário de Brasília, o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, também afirmou que o acordo foi aprovado e comemorou: "Nós temos um acordo para os reféns no Oriente Médio. Eles serão libertados em breve". Post de Donald Trump sobre acordo de cessar-fogo Truth Social / Reprodução Uma coletiva do ministro das Relações Exteriores do Catar está sendo aguardada para confirmar o acordo. Saiba detalhes do acordo Biden e Trump correm para viabilizar o acordo entre Israel e Hamas e levar o crédito pelo cessar-fogo De acordo com a Reuters, o grupo terrorista palestino concordou, ainda pela manhã, com a proposta de cessar-fogo em Gaza e de devolução de reféns compartilhada pelos negociadores do Catar. Um oficial do Hamas afirmou que ainda não havia dado uma resposta por escrito à proposta. Porém, um representante da Autoridade Palestina contou que a aprovação verbal já havia sido dada e que o grupo só aguardava mais informações para seu aval oficial ao acordo. O gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse que ainda faltam detalhes a serem acordado. Em nota, eles dizem que o Hamas apresentou e desistiu de uma demanda de última hora, para a retirada de militares israelenses do corredor Philadelphi — o codinome para a fronteira entre a Faixa de Gaza e o Egito. "Devido à forte insistência do Primeiro Ministro Benjamin Netanyahu, o Hamas desistiu de sua demanda de última hora para mudar a implantação das Forças de Defesa de Israel no Corredor Philapelphi. No entanto, vários itens na estrutura [do acordo] ainda precisam ser finalizados; esperamos que os detalhes sejam finalizados esta noite", diz a nota. De acordo com a agência Reuters, Israel se comprometeu a retirar suas tropas do Corredor Philadelphi até o dia 50 após o cessar-fogo. A agência AFP afirma que a trégua também foi aprovada pelo grupo aliado do Hamas Jihad Islâmica. "As facções da resistência chegaram a um acordo entre si e informaram aos mediadores de sua aprovação do acordo de troca e cessar-fogo", declarou à AFP uma fonte sob anonimato. Autoridades do Catar, Egito e Estados Unidos, bem como de Israel e do Hamas, participam das negociações. Em entrevista à rede de TV americana CNN, o Secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, falou sobre o acordo: "Pode e deve acontecer nas próximas horas". O Ministério das Relações Exteriores de Israel declarou nesta quarta que o ministro Gideon Saar estava encurtando sua visita à Europa para poder participar das votações do gabinete de segurança e do governo sobre o tema: "Após o progresso nas negociações de libertação dos reféns, o Ministro Sa'ar encurtou sua visita diplomática, que estava programada para continuar amanhã na Hungria. Ele retornará a Israel esta noite para participar das discussões e votações esperadas no Gabinete de Segurança e no governo". Acordo de cessar-fogo entre Hamas e Israel e libertação de reféns entra na fase final de negociação Um dia antes, nesta terça-feira, autoridades afirmaram que um acordo estava mais próximo do que nunca, apesar do conflito continuar deixando mortos no território palestino. Caso a proposta debatida agora seja aprovada, o primeiro passo será um cessar-fogo inicial de seis semanas com a libertação de 33 reféns israelenses em troca de prisioneiros palestinos e uma retirada gradual das forças israelenses do centro de Gaza e o retorno dos palestinos deslocados ao norte do enclave. Uma segunda fase prevê a libertação de todos os reféns restantes, um cessar-fogo permanente e a retirada completa dos soldados israelenses. Segundo o site "Axios", 98 reféns israelenses sob o poder de Gaza ainda estariam vivos. Uma questão mais polêmica e ainda sem resposta é quem governará Gaza depois da guerra. Israel rejeitou qualquer envolvimento do Hamas, que governava Gaza antes da guerra, mas se opôs quase igualmente ao governo da Autoridade Palestina, o órgão criado pelos acordos de paz provisórios de Oslo há três décadas e que tem poder de governo limitado na Cisjordânia. O primeiro-ministro palestino, Mohammad Mustafa, disse nesta quarta-feira que a Autoridade Palestina deve ser o único poder governante em Gaza após a guerra, ideia que foi defendida nesta terça por Antony Blinken. Negociações a todo vapor Na segunda-feira (13), as autoridades envolvidas nas negociações divulgaram que uma versão "final" do acordo havia sido entregue. Horas depois, o assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, também afirmou que considera possível um acordo de trégua em Gaza "esta semana". "Estamos perto de um acordo e ele pode ser fechado esta semana. Não estou fazendo uma promessa ou uma previsão, mas está ao nosso alcance", disse Sullivan aos repórteres. A delegação do Hamas que participa das negociações afirmou que as conversas estão progredindo bem. Já o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, garantiu que o acordo está próximo de ser fechado. Parentes de reféns na fronteira de Israel com a Faixa de Gaza REUTERS/Amir Cohen O avanço nas negociações foi feito em Doha durante a noite de domingo (12), após conversas com representantes de Israel, dos Estados Unidos e do Catar. Horas antes, o presidente americano, Joe Biden, conversou com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, por telefone. Os dois discutiram iniciativas já em andamento, que visam colocar um fim aos combates no enclave palestino e libertar os últimos reféns, disse a Casa Branca em um comunicado. Biden "insistiu na necessidade imediata de um cessar-fogo em Gaza e no retorno dos reféns, com um aumento na ajuda humanitária possibilitado pela cessação dos combates como parte do acordo", escreveu a Casa Branca. As autoridades dos EUA estão trabalhando para obter um acordo antes da posse de Trump, em 20 de janeiro. O ministro das Relações Exteriores de Israel, Gideon Sa'ar, disse nesta segunda-feira (13) que o país estava "trabalhando duro" para garantir um acordo que encerraria a guerra e permitiria a libertação de reféns mantidos no território palestino. "Israel realmente quer libertar os reféns e está trabalhando duro para chegar a um acordo. As negociações estão avançando", disse ele em uma coletiva de imprensa conjunta ao lado do chanceler dinamarquês, Lars Lokke Rasmussen. À agência de notícias Reuters, o Hamas afirmou na segunda que as conversas sobre algumas questões centrais para o cessar-fogo em Gaza progrediram e que seus representantes estão trabalhando para concluir o que resta discutir em breve. Prédios destruídos na Faixa de Gaza durante conflito entre Israel e Hamas, vistos do sul de Israel Kai Pfaffenbach/Reuters

FONTE: https://g1.globo.com/mundo/noticia/2025/01/15/hamas-aceitou-proposta-de-cessar-fogo-em-gaza-e-devolucao-de-refens-diz-autoridade-de-israel.ghtml


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