Governo Trump classifica movimento Antifa alemão e outros três grupos europeus como organizações terroristas
Manifestante com placa do movimento Antifa em protesto contra Donald Trump, em Nova York, em outubro de 2025
REUTERS/Shannon Stapleton
O Departamento de Estados dos Estados Unidos anunciou nesta quinta-feira (13) que classificou o movimento Antifa alemão e outros três grupos europeus como organizações terroristas globais. Membros dessas entidades sofrerão uma série de restrições.
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🔎 O termo "Antifa" é uma abreviação de antifascismo. Os primeiros movimentos organizados do tipo surgiram na Itália e na Alemanha, entre as décadas de 1920 e 1930, em oposição a Benito Mussolini Adolf Hitler.
No dia 22 de setembro, o presidente Donald Trump já havia assinado uma ordem executiva para designar o movimento Antifa como uma "organização terrorista doméstica". No entanto, essa ordem só tinha efeito para o grupo americano.
Agora, com a nova medida, os Estados Unidos ampliaram as restrições para movimentos que estão fora do país. Foram alvos da ação:
Antifa Ost, da Alemanha;
Federação Anarquista Informal/Frente Revolucionária Internacional, da Itália;
Justiça Proletária Armada, da Grécia;
Autodefesa de Classe Revolucionária, da Grécia.
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O que são os Antifas
Historicamente, os grupos antifas lutam contra o racismo e o sexismo, além de adotarem discursos anticapitalistas. Analistas costumam classificá-los como de esquerda ou extrema esquerda, embora os integrantes se apresentem apenas como oposição à ideologia de extrema direita.
Os antifas não buscam representação eleitoral nem influência no Congresso. O grupo, no entanto, costuma adotar métodos semelhantes aos dos anarquistas, que incluem destruição de propriedades privadas e confrontos físicos com opositores.
Especialistas afirmam que o Antifa é uma entidade doméstica e, por isso, não pode ser incluído na lista de organizações terroristas estrangeiras do Departamento de Estado — que inclui grupos como Estado Islâmico e al-Qaida. Em tese, o movimento estaria protegido pelas garantias de liberdade de expressão previstas na Constituição.
Nos Estados Unidos, os antifas já receberam críticas tanto do partido Republicano, de Trump, quanto do Democrata, devido à violência em protestos.
Durante o primeiro mandato de Trump, os antifas ganharam destaque após protestos em 2020 contra a morte de George Floyd — homem negro que morreu quando um policial se ajoelhou sobre o pescoço dele.
Na época, Trump já havia ameaçado classificar o grupo como terrorista, mas recebeu críticas de organizações de direitos civis. Especialistas também questionaram se o presidente teria poder para fazer essa designação.
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